Momentos Em Sonho: More Than This: 25º Capítulo

25º Capítulo: Camila ON

Assim que comecei a tomar os remédios duas vezes por dia, meu humor se estabilizou. Não que eu não ficasse estressada nem mal-humorada, só que, agora, era apenas o normal, e não distorcia tudo o que Harry fazia ou falava. Também ia três vezes por semana no dr. Richard, que me ajudava no tratamento. A única coisa que eu comecei a estranhar foi Harry sendo fofo até demais, mas isso o médico disse que não era coisa da minha cabeça, uma vez que Harry sempre ia comigo nas consultas. Menos mal, não?

Falando no meu querido marido, ele ficava ao meu lado a todo momento, não me deixando fazer absolutamente nada sozinha, e quando eu digo “nada”, é nada mesmo! Ele me ajudava a tomar banho, a trocar de roupa, tudo.

- Harry, chega – disse, ainda argumentando. – Eu não sou mais criança, sei me virar sozinha.

- Mas eu quero te ajudar – resmungou ele.

- Por favor – disse com a voz doce, virando seu rosto pra mim enquanto sorria. – Quero ter você por perto, mas consigo tomar banho sozinha, certo?

- Certo – resmungou novamente, não querendo concordar, mas sabendo que não tinha outra escolha.

- Ótimo! – meu sorriso aumentou. – Agora, faça um chocolate quente para mim, por favor? – ele sorriu e desceu, me deixando, enfim, sozinha com meus pensamentos.

Observei a banheira já cheia, perfumada e repleta de espuma que Harry havia enchido para mim enquanto tirava a roupa. Assim que terminei, entrei, sentando-me e sentindo a água quente bater e cobrir meu corpo por inteiro, parecendo purificar.

Estava começando a me ensaboar quando senti uma dor enorme me consumir. Um dor que me impedia de me mexer. Sem suportar essa dor horrível que parecia querer dilacerar meu corpo, acabei gritando. Parecia que eu ia desmaiar, e acho que foi isso o que aconteceu.

Camila OFF / Harry ON

Queria ajudar Camila. Queria estar o tempo inteiro ao seu lado, para o que ela precisasse, mas acabei passando da conta. Embora não concordasse muito com ela querer tomar banho sozinha, tive que aceitar, afinal, ela estava certa. E, sinceramente, receei que ela estivesse se sentindo um tanto sufocada com minha presença constante.

Fui até a cozinha preparar o chocolate quente do jeitinho que ela gosta. Já estava terminando, só faltava colocá-lo numa garrafa térmica quando ela gritou.

No início, fiquei apenas parado, com a caneca em mãos, de olhos arregalados e sem saber o que fazer. E então coloquei a caneca na pia e subi correndo, encontrando-a na banheira quase desmaiada. Tirei-a de lá e tentei colocar uma roupa enquanto ligava para quem quer que fosse. O último número discado havia sido o de Liam, já que ficávamos conversando todo o tempo. E em minutos ele estava na porta de minha casa.

- Vem, coloque ela aqui, no banco de trás – disse ele, completamente desesperado.

Coloquei-a onde ele mandou, me sentando na beirada e apoiando sua cabeça em meu colo. Pedi que ele nos levasse até o médico e, enquanto ele ia, eu tentava acordá-la, mas sem sucesso. Meu desespero apenas crescia, mas não tinha nada a fazer. Liam já corria o mais rápido que podia, acho até que ele levou uma multa! Logo paramos no consultório e Liam me ajudou a levá-la até a sala do médico.

- O que houve? – perguntou dr. Richard, tão assustado quanto nós.

- Ela... Banho... Sozinha... Chocolate quente... Gritou – eu estava tão assustado que não conseguia explicar. Saiam apenas algumas palavras que, separadas como estava, não faziam sentindo algum. O desespero aumentou, minhas mãos não paravam no lugar enquanto eu me mexia como um louco tentando explicar.

- Se acalme, sr. Styles – disse o médico, forçando-me a sentar depois que colocá-la na maca e tentar acordá-la. – Agora, devagar, conte-me o que aconteceu. Ontem mesmo ela veio aqui e estava bem – respirei profundamente e recomecei.

- Ela foi tomar banho e eu fui fazer chocolate quente para ela, já que ela tinha pedido. E então ela gritou. Corri até o banheiro e ela tava assim – disse de uma vez, apontando para ela, a preocupação aumentando. Mudei meu olhar de Camila para o médico, os olhos novamente arregalados. – O que aconteceu?

- Eu não sei ao certo – respondeu ele, examinando-a. Pegou um copo com água e caminhou novamente até Camila. Molhou sua mão ali e começou a passá-la pelo rosto de minha esposa, que, finalmente, acordou, para o meu alívio. Mas a preocupação voltou ao ver suas caretas e os gritos abafados que ela tentava segurar, mas sem tanto sucesso. – Onde dói?

Camila não respondeu, apenas segurava – ou apertava – a barriga. Ficou óbvio. Estava muito claro. Ela tinha dor ali, com Analice. Agora, se eram contrações ou uma outra coisa, não sabíamos.

Dr. Richard nos mandou acompanhá-la até o carro para que a levássemos em um hospital ali perto, dizendo que iria em seguida. Sem demora, o fizemos. Sentei no banco de trás, segurando uma mão de Camila, com o braço passado por seus ombros. Ela tentava respirar e reprimir os gritos de dor. Logo chegamos e o médico chegou atrás.

Fomos atendidos rapidamente. Colocaram Camila numa maca e a encaminharam para uma sala, mas não me deixaram entrar.

- Calma, cara – dizia Liam, me segurando. Quando vi que não tinha mais nada que eu pudesse fazer, sentei-me ao lado de meu amigo, que ainda tentava me acalmar. Ouvi Liam falar no telefone, mas não escutei o quê e nem sabia com quem. Descobri minutos depois que era com os meninos, já que apareceram todos ali com suas respectivas esposas – ou namoradas, no caso de Perrie e Zayn. Tentei sorrir em agradecimento para todos, mas sem sucesso. Depois de um tempo que me pareceu uma eternidade, dr. Richard apareceu, me fazendo levantar imediatamente. Ele sorria.

- O que aconteceu? Ela está bem? – perguntei, desesperado por notícias.

- Queira me acompanhar, por favor – pediu ele, e eu o fiz.

Andamos por um longo corredor até ele parar em uma porta e me perguntar se eu estava pronto. Sem saber pra quê, mas ansioso para saber como Camila estava, consenti. Assim que ele abriu a porta, pude observar a cena mais linda de minha vida. Lá estava Camila, com um bebê em seus braços. Ou melhor, com Analice em seus braços. Meus olhos começaram a se encher d'água, que se transformaram em lágrimas de felicidade.

Corri até ela, acariciando nossa pequena e dando um beijo na testa de Camila, que sorria para mim. Um sorriso tão perfeito que é até difícil descrever.

- Quer pegá-la? – perguntou Camila. Relutei um pouco, mas acabei aceitando, já que ela levantou Analice para mim. – É sua filha. Você consegue – seu sorriso era doce.

Estar ali, com Analice em meus braços, foi a melhor sensação do mundo. Olhá-la e notar como ela era perfeita... Olhei para Camila, ambos estávamos com olhos brilhantes.

- Nossa filha – disse, sorrindo feito criança. – Ela é perfeita.

- Ela tem seus olhos.

- Jura? – perguntei, ainda bobo, mas agora olhando para Analice.

- Sim. Ela abriu os olhos um pouquinho, bem rápido, e pude ver. Olhos verdes e brilhantes, como os seus.

Dei um beijo rápido em Analice e a devolvi para Camila, dizendo que avisaria o pessoal como ela estava e o que acontecera.

- Ela nasceu – disse, quase gritando, assim que cheguei na sala de espera. – Minha filha nasceu.

Eu não sabia, mas, naquele momento, minha vida mudava mais uma vez. Me dei conta de coisas que, até então, não havia parado para pensar. Primeiro: não importa o que aconteça nem quanto tempo passe, amigos são amigos até o fim, e estes estarão sempre aqui para mim. Segundo: também não importa quão distante, estressado ou mal-humorado eu esteja, terei sempre minha linda esposa ao meu lado, e eu também estarei ao seu lado para o que ela precisar. E terceiro: minha vida se resume em duas pessoas, minha filha e minha esposa. São tesouros que conquistei, tesouros que, com toda a certeza, cuidarei com todo o carinho e amor que eu tiver. E minha princesinha, ah, essa vai dar trabalho, já que é uma menina linda. Mas também vai ser o meu dengo, mais do que já era. E ela é meu anjo. Graças a ela que pude notar quão sortudo sou por ter todas essas pessoas que me amam e se importam comigo.

Fizemos, ali mesmo, uma rodinha de abraço gigante. Todos estávamos mais do que felizes. Ouvi alguns comentários do tipo “agora você cria juízo” e até “o garanhão da banda virou um responsável pai de família”. Liguei para minha mãe, para contar a novidade, e ela chorou ao telefone. Eleanor e Louis nos soltaram que teriam um filho e Izabelle e Niall aproveitaram a oportunidade para dizer que também teriam. Sorri novamente para todos, agradecendo-os mais uma vez por estarem ali para mim, e então voltei para o quarto. Analice agora dormia e Camila a observava. Sentei em uma cadeira ao lado de minha esposa e apertei sua mão, fazendo-a olhar para mim, ainda com olhos brilhantes e o incrível sorriso iluminado no rosto. Beijei sua mão e voltei a olhar em seus olhos.

- Obrigado por me dar essa princesa – sussurrei e notei uma lágrima escorrer de seus olhos.

- Obrigada você por estar comigo, não me abandonar uma vez sequer quando eu mais precisei de você – ela sussurrou de volta. – Eu te amo, Harry.

- Também te amo, meu amor – sorri e voltei meus olhos para meu pequeno anjo de olhos verdes que dormia tranquilamente. Meu anjo chamado Analice. Minha princesa.

“Deus sempre tem um modo de nos mostrar o que nos fará bem, mas manda por sinais. Já parou para notar os sinais de sua felicidade hoje?”

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Foi o maior capítulo que já escrevi e, na minha opinião, o melhor da segunda temporada. Mas, e aí? Gostaram do final? Espero que sim :3

Me desculpem mesmo por não postar antes, mas, como eu disse nos últimos posts, tive um probleminha pessoal que me deixou muito mal, fiquei cheia de provas e seminários, e ainda nem parava em casa. Mas aqui está (:

Obrigada mesmo pelas mais de 23 mil visualizações e por comentarem sempre.

Ah, por favor, quero bastante comentários nesse capítulo final, pode ser? Vai me animar muuuuuuuuuuuito! :3

Beeeeeeijos, girls (: