sexta-feira, 15 de março de 2013

Imagine Romântico Harry


 Ela fingia não se importar com o fato de não ver seus olhos verdes e brilhantes todos os dias, seu tom de voz rouco e aveludado ao falar com ela e seus beijos doces a acordando pela manhã. Ela se acostumara com a presença dele no último ano. Quando ele precisava viajar, era apenas por um dia ou dois. Agora se viam na dificuldade de passarem mais de seis meses sem se ver. Não era muito tempo, pensando por um lado. Mas pelo outro, era tempo demais.
Ele, pelo contrário, demonstrava até demais que sentiria falta de sua risada escandalosa e contagiante, seu mau humor matinal e a maneira de como ela se irritava fácil por qualquer coisinha insignificante. Ele nunca tinha se apegado tanto assim a alguém antes. Nunca desejou, precisou ou se importou com outra pessoa, exceto sua mãe, além de si mesmo. Agora ele era completa e irrevogavelmente dependente dela. De seu sorriso, seu perfume e seu olhar.
Parecendo um adeus definitivo, eles se abraçaram com força. Com receio de não se verem e até com saudade. Ninguém sabia, mas seus corpos se encaixavam perfeitamente, de um jeito sobrenatural. Ela se aninhava tão bem em seu peito e em seu abraço. Ele, por outro lado, encaixava com precisão sua cabeça sob a cabeça dela e seus braços a envolviam de uma maneira sem igual.
Ela cresceu no campo, com seus pais. Cuidava da casa e de sua irmã caçula enquanto os pais roçavam e aravam a terra. Quando terminou o colegial, foi morar na cidade com a tia. Prestou o vestibular de arquitetura e passou, ganhando bolsa integral. Arrumou um emprego como garçonete em um restaurante chique no centro da cidade onde morava. Trabalhava o dia inteiro, estudava à noite. Aos finais de semana, se empenhava ainda mais no trabalho e, ao invés de sair ou até dormir, lia as apostilas da faculdade.
Ele teve a vida fácil demais. Foi criado pela mãe, pois os pais se separaram quando ele era ainda muito pequeno, e pela irmã mais velha. Sempre fora muito inteligente, mas não necessariamente um aluno exemplar, considerando que adorava uma bagunça. Começou a trabalhar enquanto estava no colegial por insistência e necessidade da mãe. Trabalhava em uma padaria. Assim que terminou os estudos, se dedicou em seu sonho de menino: cantar. Foi assim que nasceu seu sucesso.
Eles se conheceram de forma um tanto engraçada, para falar bem a verdade. Ela estava no terceiro ano da faculdade e ainda trabalhava no mesmo local. Era, agora, a gerente. Ele já tinha sua fama, mas nada avassalador que até uma pessoa completamente desantenada como ela poderia reconhecê-lo. Ele reclamou de sua bebida, que estava errada, e ela resolveu o problema. Ele passou a frequentar cada vez mais o restaurante até começarem a conversar e se conhecer melhor. Tempo depois, nasceu, dessa amizade, a atração que ambos sentiram. E agora estão nesse impasse de pensamentos e emoções.
- Eu volto para você – ele quebrou o silêncio, soltando-a e olhando carinhosamente em seus olhos.
- Você promete? – já a voz dela falhava. Ela tinha medo de ele esquecê-la ou trocá-la por outra garota melhor que ela. Uma vez discutiram sobre isso e, embora não tenha admitido, ele tinha a certeza de que não existia garota melhor para ele senão ela.
- Claro que sim – um sorriso luminoso se abriu nos lábios dos dois. – Sempre voltarei para você e somente.
- Certo – com o sorriso que surgiu em seu rosto, as lágrimas que haviam formado dissiparam-se.
Em um rápido movimento, ele selou seus lábios nos dela num beijo que demonstrava tudo o que sentia por ela: carinho, admiração e... Amor. Em seguida, encaixou a cabeça dela em seu flanco, pousando sua mão quente entre os cabelos dela, soltos e compridos até o meio das costas.
- Você é importante pra mim – sussurrou ele, baixinho, enquanto ela envolvia a cintura dele com seus braços. – É especial.
Soltou-a novamente, sem vontade, e, em silêncio, pegou sua mochila, pois sua mala já estava no carro, caminhando até a porta. Antes de sair, ousou olhar para trás e ver seu sorriso preferido uma última vez. Acenou com a cabeça e partiu, fechando a porta.
Sem querer ou aguentar ser forte, ela desabou no sofá atrás de si. Dobrou os joelhos, agarrando-se à suas pernas e lutou contra as lágrimas em vão. Em segundos, foi consumida por um choro sentido entre soluços que só parou bom tempo depois, ao ter três certezas. Eles pertenciam um ao outro. Ele voltaria para ela. E ela o amava mais do que um dia imaginou amar alguém. O destino dos dois era ligado, e ambos sabiam disso. Ambos sentiam isso. Ambos estavam descobrindo que nasceram um para o outro.

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Ah, muito obrigada pelas Gabsers que estão sempre por aqui! Haha, eu nem fazia ideia de que vocês gostavam tanto assim de mim, mas agradeço muuuuuuito pelo carinho!
Obrigada por sempre estarem por aqui, comentando, e por acompanharem tudo o que eu posto. Vocês são demais! Hoje não vou postar um novo capítulo da Fic, mas até domingo eu posto (é uma promessa!).
Um beijo grande à todas vocês e, mais uma vez, obrigada. Hoje o dia tá perfeito pra mim <33
"Por Deus, como eu amo esse garoto! Só Deus sabe como eu o amo, como eu tenho medo de perder o que temos hoje, como minha pele se arrepia ao ouvir sua voz, ao sentir seus lábios nos meus, como seu sorriso me faz cócegas sendo que nem me toca, como eu fico zonza ao seu lado, como todos esses sintomas patéticos de se estar apaixonado ficam fortes quando estou ao seu lado." - 500 Days in London.

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