Imagine Harry

     - Por que isso agora? - perguntou Liam, quando lhes contei sobre minha decisão.

     - Não é bem agora, eu sempre quis ir atrás dela. Só não tinha coragem - respondi, dando de ombros. - Eu sempre senti falta dela...

     - E como você vai fazer isso? Estampar no jornal? Falar na tv? - zombou Louis. Um sorriso levado surgiu em meus lábios. - Harry, não. Vão aparecer mil garotas dizendo que são ela. Isso não vai dar certo.

     - Vai porque farei perguntas. Perguntas que só ela saberá responder.

     - Quem te garante que ela vai te ligar? Cara, vocês namoravam há dois anos, então, do nada, você termina com ela, dizendo que era melhor, que um dia ela entenderia. A garota te amava, deve ter ficado completamente arrasada. Para e pensa - alertou Zayn.

     - Preciso arriscar. E preciso que vocês estejam comigo - pedi. Liam e Niall toparam. Zayn hesitou um pouco, mas também concordou. Louis revirou os olhos. - Preciso de você também, Lou - ele cerrou os olhos pra mim, bufando.

     - Se não der certo, você vai se ver comigo - brigou ele, aceitando. Sorri.

     Já tinham se passado quatro anos desde que a vira pela última vez. Desde o dia em que terminei... Ela, com certeza, estava com raiva de mim. Mas eu precisava tentar. Eu a amo, e sempre a amei. Precisava mais do que tudo de tê-la de volta ao meu lado, pra ser, novamente, minha.

     Sendo assim, acabei soltando em uma entrevista ao vivo para o mundo inteiro, "sem querer", que procurava a garota dos meus sonhos. A descrevi fisicamente e disse que tinha um motivo especial para procurá-la agora, e que esperava que ela me perdoasse. Passei o número de um celular que eu comprara somente para isso e, preciso dizer que milhares de garotas ligaram? Bem, números que já haviam ligado uma vez e eu tinha a certeza de que não era ela, eu bloqueava - precisava dar chance para garotas diferentes, certo?

     Já estava cansado de tantas ligações, de repetir a mesma pergunta e ninguém acertar. Outro número desconhecido. Seria o último que eu atenderia naquele dia.

     - Não sou quem você está procurando, mas a conheço - disse uma garota de voz doce, mas séria.

     - E como você pode responder por ela? - perguntei, desconfiado, atraindo a atenção de um sonolento Zayn.

     - Ela é minha melhor amiga, desde a infância. Sei tudo sobre ela. Aliás, eu também conheço você, Harry. Mas eu não gostava de você, e não é agora que vou gostar. Estou fazendo tudo isso por ela, porque mesmo que ela não admita, ela ainda te ama - a garota era fria, dura.

     - Me diz... - tentei fazer a pergunta que sempre fazia, mas fui interrompido.

     - Bobby. Esse é o nome do primeiro cachorro dela. Um pequeno maltês que ela encontrou abandonado, ainda filhote na rua. E se isso não bastar, também tem o Prick. Lembra-se dele? É o ursinho de pelúcia que você deu à ela, e que ela ainda dorme agarrado a ele até hoje - meus olhos se arregalaram e meu coração disparou. Eu precisava dessa garota pra rever a minha pequena.

     - O que pretende fazer, agora? - perguntei, com a voz trêmula.

     - Vamos continuar nos comunicando apenas por celular. Eu ligo. Se ela sequer desconfiar que falo com você, diga adeus a vontade de vê-la - engoli em seco, soltando um "ok". - Ótimo. Ligo amanhã - dito isso, ela desligou.

     Olhei para Zayn, sentado ao meu lado, e agora mais atento.

     - Cara, você tá branco - disse ele.

     - E-eu a encontrei - respondi. - Quer dizer, mais ou menos...

     Esperei os outros meninos chegarem para contar o ocorrido. Meu celular continuou tocando, mas, como eu já tinha salvado o número da tal garota, não dei bola para os outros números.

     - E agora? Você vai ficar ai, esperando? - perguntou Louis, irritado.

     - Isso ou perco qualquer mínima chance que tenho de vê-la... - respondi, triste. Zayn bufou.

     - Fazer o quê - reclamou Zayn.

     No dia seguinte, sem falta e na mesma hora, a menina - que descobri se chamar Jacke - me ligou.

     - Ok, precisamos achar um jeito de vocês se encontrarem - disse Jacke, quase sem o menor interesse.

     - Mas, como? - perguntei.

     - Vou pensar em um jeito... - ela bufou. - Bom, tem um jeito.

     - Qual?

     - Ela sempre vai no Starbucks de sexta, ou seja, hoje. Ela fica sempre duas horas por lá, lendo, escrevendo, fazendo qualquer coisa. Te ligo assim que ela for pra lá. É o central, perto da Imperial College London - ela desligou antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa. Suspirei.

     Não sabia que horas ela iria para lá, então decidi me arrumar e ficar pronto. Jacke poderia ligar a qualquer momento e... Ela ligou.

     - É sua chance. Sua única chance. Dê seu melhor - disse ela, desligando novamente. Que droga!

     Nervoso, peguei meu carro e dirigi devagar até chegar lá. De carro eram dez minutos. Relativamente perto.

     A reconheci de longe. Seus cabelos estavam mais compridos do que me lembrava, óbvio. Estavam na cintura. Ela estava sentada em uma mesa próxima a rua, lendo um livro que não consegui decifrar o nome. Antes de descer do carro, coloquei óculos escuros e touca - boa Harry, vai adiantar muito. Enfim...

     - Posso te fazer companhia? - perguntei, parando próximo a ela.

     - Fique a vontade, mas saiba que não sou de conversar - respondeu ela, sem levantar os olhos de seu livro.

     - Eu sei - respondi baixinho, me sentando na cadeira a sua frente. Lentamente, ela olhou para mim. Seus olhos se arregalaram.

     - Ha-Harry? - perguntou ela, incrédula.

     - Sim. Preciso conversar com você, mas aqui não dá - disse calmamente.

     - Não tenho nada pra falar com você - jogou ela, brava, ameaçando se levantar.

     - Por favor, só hoje. Converse comigo e, se você quiser, nunca mais apareço na sua frente. Nunca mais te procuro - pedi. Ela me olhou com um olhar furioso, mas, depois de bufar, concordou.

     - Onde vamos? - perguntou ela assim que se sentou no carona de meu carro.

     - Segredo - disse.

     A levei para um tipo de parque afastado que conhecia. O parque que íamos quando mais novos. Era deserto, ainda mais nessa época do ano. Poderíamos conversar tranquilamente, sem perturbação.

     - Seja rápido - resmungou ela assim que nos sentamos em um banco.

     - Estou te procurando há um tempo - comecei.

     - Disso eu sei. Só quero saber por quê? Quem me deixou foi você. Me abandonou, dizendo que era melhor, que um dia eu entenderia. Sabe, Harry, é melhor você me explicar, porque ainda não entendi - ela estava brava.

     - Naquela época, eu queria te dar tudo. Mesmo que você não pedisse ou quisesse. Eu queria por você. Queria ser a melhor pessoa para você. Te dar uma vida de princesa.

     - E você acha que eu ligo pra isso? Eu te amava, Harry. Tudo o que me interessava era você ao meu lado. Foda-se essas coisas materiais - seus olhos se encheram de água. - Só me importava você.

     - Só me importa você - retruquei, enxugando algumas lágrimas de seu rosto que teimaram em cair. - Eu te amava, e ainda amo. Por favor, me entenda e perdoe. Agora posso te dar tudo o que sonhei em dar. A vida que você merece.

     - Não me interessa a droga do seu dinheiro - bradou ela, irritada.

     - Eu sei que não. E isso é uma das coisas que me fascina em você. Por favor, me perdoe. Eu te amo mais do que qualquer coisa. Quero ficar com você, quero que seja minha novamente. Dessa vez pra sempre - ela fungou. Levantei seu rosto para mim. - Eu prometo.

     - Ah, Harry - ela me abraçou. - Seu idiota! - sorri. - Eu senti sua falta.

     - Eu também, meu amor - não posso descrever o sorriso que dei, só sei que foi o maior que já se ouvira falar.

     - Eu te amo - sussurrou ela.

     - Eu te amo - sussurrei de volta, a apertando mais forte ainda.

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     À pedidos (tipo, mais de 20), aqui está um Imagine do nosso lindo Harry. Espero que gostem. Fiz com muito carinho pensando em vocês :3

             Beijitos da Gabs (: